sábado, 10 de dezembro de 2011

Teu Suicídio

Uma certa vez ouvi alguém dizer uma interessante frase: "Nunca machuque o coração do outro, pois não se sabe se você pode estar contido nele". E foi justamente nessa que me deparei com o verdadeiro sentido de tua morte. O teu suicídio.
Não lhe subestimei, apenas achei que nunca terias a capacidade de tal atrocidade contigo mesmo. Sua vontade de livrar-se de algo que você mesmo criou para sufocar-te, lhe exilou num mundo de lendas e verdade criadas por você.
Teu ato cruel ao enfiar a adaga em meu coração, fez com que você sentisse por si só com quem realmente ficou a dor. Senti, senti... senti toda a raiva, todo o ódio, toda a calmaria por não tê-lo mais aqui comigo. De sua parte muito ingenuo achando que minha palavras eram brinquedos para que tua mente tratasse como brincadeira toda a nossa história. Foi uma pequena história até, história que teria um formato de gibi, mas o conteúdo seria profundo e extenso como toda um Odisseia.
Você foi desaparecendo, e eu sem poder fechar os olhos vi tua imagem esmaecer enquanto meu coração sangrava. Nossa quanto sangue. Foi uma loucura me ver morrendo e você esmaecendo em minha frente, mas loucura maior foi perceber que nada sumia apenas você. O desespero foi maior por minha parte ao entender que o meu coração continha você dentro, que angústia, que horror. Teu suicídio foi um dos mais misteriosos e improváveis mortes que se possa relatar.
Sangrei durante dias, e com esses dias sua imagem foi embora.
Você foi embora levando o meu coração, meu amor. Mas algo de você ainda restou em mim, restou toda sua inspiração. Pois foi a mim que você à confiou.
Em tempos futuros me preocupo se conseguirei amar à outro sem ter um coração, ou se você conseguirá escrever algo sem no fundo ter uma frase direcionado à mim.

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