terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Depois de você



     Depois de você, eu nunca mais fui o mesmo.
     Depois de você, eu nunca mais vi o mundo com cores vibrantes. Hoje as cores são como são, não como eu as via antes, isso tudo depois de você.
     Depois de você, eu não soube o que era amor. Quando você partiu levou consigo o coração que lhe dei, hoje em dia não sei amar mais nada ou ninguém.
     Depois de você, vegeto em minha vida. Me sinto um verdadeiro gira-sol, olhando sempre em direção ao sol na espera de você um dia voltar. 
     Depois de você, vivo 24 horas por dia. Lembro-me quando eu vivia 25 horas por dia, pois esse era o seu tempo de amor por mim.
    Depois de tudo, o que me restou foram boas lembranças de uma coisa que nunca foi ou será esquecida. 
    Depois de tudo, veio você novamente com esse sorriso no rosto inconscientemente dizendo que foi ali e voltou. 

    Depois de você, agora novamente em minha frente, não sei ao certo o que será de mim daqui pra frente.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ao cair das máscaras


     Máscaras caíram sobre meus olhos, e os tecidos cobriram meu rosto. Me vi em outras vidas, vidas as quais vivi e não me recordava. Pode ser que não acredite em vida após a morte, mas há pessoas que acreditam em vida anti vida, e foi em algumas que deparei comigo mesmo. 
     Vi os grandes filósofos ensinarem a razão, pena que não ensinaram a amor, pois numas batalhas e outras é que a razão não supera a emoção de uma perda. Vi flores voares enquanto cogumelos murchavam pelo chão frio. Olhando para cima vi uma cúpula de vidro iluminada pelos lustres, que enfeitavam todo o salão de dança daquele casarão. Parece que toda a burguesia da cidade veio para servir de coadjuvantemente para minha história. Olhando as minhas costas ouço um apito, onde me vejo despedindo de alguém que nunca voltará.
      Máscaras caíram sobre meus olhos, e os tecidos cobriram meu rosto que logo deparei-me com a minha atual realidade. 
" Vos mercie considera esta dança?"
   

domingo, 18 de dezembro de 2011

Minha entorpecência



     ...há tempos não sei o que é o novo, há tempos nem sei quem sou. Tornei-me o contraventor de minha própria história...
     Soube que minha cozinha esta habitada por ratos, e minha sala está cheia de baratas. Nossa! Minha casa nunca ficou tão movimentada, a não ser daquela vez em que dei um festa para eu mesmo, onde todos que passavam pela minha rua eu os convidava para tomar uns drinks. Ontem, anteontem... não sei ao certo, mas creio ter dado umas 40 pessoas em minha sala.
     Minha entorpecência é o mais eloquente devaneio de minha vida. Ha ha ha... nem sei de quê e porquê a minha risada. Hey Dj põe Maroon 5 no último volume! Como eu amo esta música, como amo esta minha festa de uma pessoa que eu mesmo organizo em meu quarto.
     Quanta loucura, quanta bobagem... eu ficar pensando que um dia irei me perdoar, pra quê? Não fiz nada... ou fiz? Preciso rever este meu comportamento senil, não está me ajudando em nada, só em... de que eu estava falando mesmo?
     Como estava dizendo, minha casa está cheia de ratos e baratas. Creio que a visão interna dela está à vociferar o que realmente quero mostrar, a arte do desleixo. Desleixo, acho que é isto que apliquei-me nestes dias que se passaram fora do meu quarto. Estou aqui deitado em minha cama a dias, olhando para o teto e perguntando a mim mesmo: "Como vim parar neste lugar?"

sábado, 10 de dezembro de 2011

Teu Suicídio

Uma certa vez ouvi alguém dizer uma interessante frase: "Nunca machuque o coração do outro, pois não se sabe se você pode estar contido nele". E foi justamente nessa que me deparei com o verdadeiro sentido de tua morte. O teu suicídio.
Não lhe subestimei, apenas achei que nunca terias a capacidade de tal atrocidade contigo mesmo. Sua vontade de livrar-se de algo que você mesmo criou para sufocar-te, lhe exilou num mundo de lendas e verdade criadas por você.
Teu ato cruel ao enfiar a adaga em meu coração, fez com que você sentisse por si só com quem realmente ficou a dor. Senti, senti... senti toda a raiva, todo o ódio, toda a calmaria por não tê-lo mais aqui comigo. De sua parte muito ingenuo achando que minha palavras eram brinquedos para que tua mente tratasse como brincadeira toda a nossa história. Foi uma pequena história até, história que teria um formato de gibi, mas o conteúdo seria profundo e extenso como toda um Odisseia.
Você foi desaparecendo, e eu sem poder fechar os olhos vi tua imagem esmaecer enquanto meu coração sangrava. Nossa quanto sangue. Foi uma loucura me ver morrendo e você esmaecendo em minha frente, mas loucura maior foi perceber que nada sumia apenas você. O desespero foi maior por minha parte ao entender que o meu coração continha você dentro, que angústia, que horror. Teu suicídio foi um dos mais misteriosos e improváveis mortes que se possa relatar.
Sangrei durante dias, e com esses dias sua imagem foi embora.
Você foi embora levando o meu coração, meu amor. Mas algo de você ainda restou em mim, restou toda sua inspiração. Pois foi a mim que você à confiou.
Em tempos futuros me preocupo se conseguirei amar à outro sem ter um coração, ou se você conseguirá escrever algo sem no fundo ter uma frase direcionado à mim.