domingo, 12 de agosto de 2012

Molduras Do Nosso Quadro


                 Na parede ainda restou aquele nosso quadro com o retrato de nós abraçados e sorrindo felizes. Sento-me na poltrona e dou aquele sorriso besta, um sorriso simples por ter lembrado de você. E olhando nossa foto lembro-me que naquele exato momento tudo que tínhamos era eu e você.
                 Nossas gargalhadas, nossos gritos, nossas brigas... tudo era válido, principalmente quando em meia brincadeira você pulava por cima de mim, segurava os meus braços e dizia: "Duvido você sair"; que logo em seguida vinha acompanhado de um beijo.
                 Ao fundo da nossa foto tem aquela cortina cor vinho que você tanto detestava e, ainda fazia questão de dizer todo os dias com um sorriso no rosto. Com aquele sorriso eu me sentia sendo irradiado por algo. Algo que me causava um Síndrome de Stendhal.
                 Ainda não me conformo como nós fomos vil de deixar o que era um se tornar dois. Me pergunto se um dia você dirá 'Eu te amo' sem o mínimo de remoço ou dúvida. Caso esse dia chegue, por favor, só me acorde quando o Peter Pan crescer.
                 E me encontro aqui, sentado no poltrona indagando como fomos vil em deixar o que era um se tornar dois.
                Em meia displicência reparo que hoje a moldura que enfeita o nosso quadro é mais bonita que a nossa história.