sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sentença


                Homens! Jogue-o no calabouço, para que lá esteja condenado a viver os teus últimos dias como um animal. Lá irá se alimentar de dor e arrependimento e beber de suas próprias lágrimas. Será preso com uma inviolabilidade de sete chaves e três portas, e agonizará em paredes e terra infértil como um homem híbrido que é. Homens! Fazei-o um leigo, transformará tua dor em amiga, e terá um respaldo na escuridão como um consolo.
                De forma insalubre irá viver assim como teus pensamentos. Jogado ao cubo escuro estará condenado a enlouquecer sobre tua quimera, e teu decrépito acalmado. Homens! Acatai esta ordem de sentença marcada e dada, e ele será o único a ser sentida.
                “Se tua pólvora não queimasse uma vida; tua ambição não esvaziasse um estômago; tua falta de educação não poluísse o chão e o ar; a falsa crença não se aproveitasse da ignorância e carência alheias para fazer seu ‘pé de meia’; tua esperteza não dobraria a minha carga horária de trabalho.”
                Homens! Este persecutor passará três meses neste calabouço sem ver se quer um fecho de luz. Não comerás, não beberás e não falará mais do que o teu arrependimento não possa saciar. Ao termino deste período ele será levado ao pátio de olhos vendados, onde o farão abrir os olhos e olhar para o sol escaldante do meio-dia, assim, a sentença será cumprida com vigor. A partir deste momento, ele não poderá ver e nem cobiçar o que não lhe compete.

E o 11º mandamento dizia: Não prejudicai o próximo em seu bel prazer ou interesse.