terça-feira, 24 de maio de 2011

Dimitri


Era uma tarde fria de outono. Enquanto estava sentada no banco da praça lendo um livro, e caia as últimas folhas alaranjadas das centenárias árvores.
Estava compenetrada lendo um livro sobre as famosas Cruzadas Santas, quando parou em minha frente um homem que exalou um cheiro que me deixou um pouco hipnotizada. Ele era branco, alto, com um corpo não muito atlético; vestia um lindo terno e levava apenas uma rosa vermelha em mãos. Aquele rosa parecia ser a única rosa que sobreviveu o cair das folhas e pétalas das demais.
Com um ar meio que assustada, mas não querendo deixar má impressão lhe disse:
- O seu perfume é fascinante.
Levantei-me no intuito de perecer mais amigável. Mas ele me encarava com um olhar compenetrante ao meu. Quando olhei no fundo dos seus olhos, por um instante, senti que lhe conhecia há séculos.
Em um momento deparei a sua boca na minha. Foi um momento que senti o tempo congelar, o coração parar, e a vida se encontrar. O vento que senti neste momento parecia o girar de uma ampulheta. Logo após ele me deu à rosa e saiu andando. Apenas tive uma força que foi para indagar:
“Mas você não me disse o seu...”
Logo ele me interrompeu dizendo a uma única palavra que saiu de sua boca.
“Dimitri.”
Seu nome ficou gravado em minha mente. Fiquei dias e noites sem dormir querendo saber para onde foi aquele homem misterioso. Dias depois na mesma praça, ando relembrando aquele estranho momento quando me passa uma pessoa com o mesmo perfume do misterioso homem. Parei o rapaz, lhe disse que o seu perfume era fascinante e de bom gosto. E ele me disse: “Se chama Dimitri”
Fiquei perplexa no momento, sentei no bando e me senti louca por uns instantes. Pois estava confusa com tudo aquilo. E de nada mais soube daquele misterioso homem que além de me dar uma rosa, também plantou uma semente para uma eterna primavera.



RMiranda 25/04/2011

1 comentários:

Vivendo do Infame disse...

Muito interessante, apaixonante e ao mesmo tempo enlouquecedor o texto...
Adorei!