sábado, 18 de abril de 2015

Fagulha


        Foi uma fagulha. Era uma fagulha. É uma fagulha, e admito não saber ao certo até quando vai ser independente da minha vontade. É e sempre será uma fagulha, fagulha que incendeia toda uma mente sã. Meus olhos se tornam vermelhos, e as paredes vibram com o calor do meu pensamento. E quando uma chama se acendia em minha mente, achava que estava morrendo aos poucos, sabe aquelas sensações de elevador? Mirando em direção de algo em lugar nenhum, tudo é quente e vibrante até que 3, 2, 1... Me permiti explodir.
        Sentado, vi a parede tomando a forma do teu corpo vindo a mim. Do piso você veio me devorando e, do teto você cairia em cima dos meus braços. Tudo era quente e vibrante. Foi e sempre será um fagulha permitida que trará você até a mim. Tudo vibra, eu sinto. Tudo vibra, você sente! Tudo incendeia, nós sentimos. E assim eu sou transportado para aquele lugar que só você pode oferecer, seus braços. Quente, vibrante e aconchegante abraço. 
         Nem sempre eu explodo com essa voracidade de querer o teu corpo. Vez ou outra gosto de te ver dançar, gosto de ver te se insinuar. Mas tenho preferência pela mordida na alma que os seus olhos tem. Da mesa me sai você, da parede me sai você. O teto tem o seu beijo e, o chão o seu abraço. Cada canto fagulhado incendeia uma lembrança de nós dois. Cada espaço tem uma marca da nossa queimada. cada objeto tem a forma do seu corpo. O meu copo d'água tem o teu sabor e toque da sua boca. Isso porque me permiti à uma fagulha. Preciso redecorar a casa. 


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