terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cartas a esmo

Mais um vez escrevo uma carta para você, mas que na verdade é escrita somente em sua intenção, pois sei que em tuas mãos não irá chegar. Esta ficará jogada a esmo, junta com tantas outras que já escrevi à ti.
Cartas, cartas e mais cartas.
São apenas papéis com escritas sentimentalistas. Poderia eu considerar assim, mas a junção de ambos a batizam de cartas. São escritas com palavras que eu gostaria de falar pessoalmente, mas como são variantes as reações, prefiro que fiquem a esmo. Prefiro que estejam sempre comigo, para que um dia um possa me enviar e ler... saber que minhas palavras não foram escritas apenas pela veemência do momento, e sim, pelo sincero sentimento direcionado mentalmente a ti.
Nossa! Quantas cartas, quantos sentimentos. Preferi que ficassem a esmo, para que minhas palavras nunca mais o machuque. Não suporto mais o martirizar, e vê-lo agir com uma felicidade falsa de um 'tudo bem'. Isso é um suplício agonizante para eu presenciar de forma calada.
Se estas cartas realmente fossem enviadas, você iria ver a reação das pessoas sobre nós. Pois é hediondo a forma de como nos matamos a troco de nada. Por isso prefiro ser lépido ao guardar esta carta quando terminar de escrever, pois ela é mortal contém palavras dizendo "eu te amo".
Possuo cartas que são totalmente envenenadas, estão escritas "Ainda te amo" do início ao fim. O veneno é mais mortal quando está escrito "Você ainda está em mim" em letras garrafais. São cartas com sentimentos, pois ainda sou fagueiro.
Me sentiria muito culpado se estas cartas algum dia chegasse até ti. Sei que lhe fará muito mal, a ponto de eu ser condenado por homicídio qualificado. Sem direito a fiança por violar as cláusula pétreas do amor, irei mofar na cadeia do esquecimento.
Me perdoe se algum dia uma destas cartas fugir de meu baú e ir em direção ao dono, pois nenhum filho suporta ficar longe do pai. Não é a minha intenção lhe machucar com palavras, é apenas a minha forma de dizer a mim mesmo que você ainda existe em meu pensamento.
Que esta e outras cartas fiquem a esmo, a meu esmo!

RMiranda

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